Foi conhecida pelo nome de Vagueira, tendo sido criada a freguesia eclesiástica em 2 de Fevereiro de 1948. Quando a Capela do Senhor dos Aflitos foi transferida do Areão para o Poço da Cruz, “o povo da Vagueira pensou desde logo na construção de uma capela sua, o que se efectuou em 1891”, conta o Pe. João Vieira Resende, na “Monografia da Gafanha”. E continua o autor, relatando os factos que estiveram na origem da escolha da Senhora da Boa Hora para invocação da capela: “Foi interessante a maneira como foi escolhido e dada preferência ao nome do orago do seu templo. Construído este, passavam-se os meses com opiniões, propostas e alvitres os mais contraditórios, sem que nada se decidisse sobre o nome do orago, pelo que não era aberto ao culto. José dos Santos Tendeiro, dali, tanto na Vagueira como na Costa Nova, em cujas campanhas trabalhava, repetia sempre a apóstrofe graciosa: “a capela está feita; o diabo é o Santo”. A chalaça, irreverente e grosseira, nem sequer podia ter a atenuante de ser pronunciada, mais por um ignorante ou vil gracioso, do que por um malicioso e mau. No entanto a grosseria repetia-se, e foi ela que decidiu a questão. Fernando Vergas, rachador de lenha, da Gafanha da Nazaré, ou no exercício do seu ministério na Vagueira, ou na pesca na Costa, teve uma ideia luminosa, e em presença do gracioso resolveu a dificuldade. “A vossa padroeira, disse, será Nossa Senhora da Boa Hora, e as vossas mulheres terão uma boa protectora nas horas de aflição”. É escusado dizer que se referia às parturientes. E hoje a capela é dedicada àquela celeste padroeira”.
O Forte Velho foi levantado nas areias da orla, acima do paralelo da capela, para norte, sem atingir a linha da pequena barra da Vagueira. Não passava de um fortim de que resta o reparo de areia amontoada, já sem revestimento algum; simples polígono, distinguindo-se voltado ao mar a forma da escarpa e o desenho de pelo menos três das faces o que já não se adivinha na parte contrária.
O Padre Vieira Resende faz também referência na obra citada, à capela da Barra da Vagueira. Diz ele:” Muito poucos têm conhecimento desta capela, que se diz ter sido construída pela entidade que ao tempo superintendia na Barra da Vagueira, para utilidade do respectivo pessoal e dos limitadíssimos moradores da Gafanha. A tradição está de harmonia com esta doutrina que é o caso da Senhora das Areias. Ignora-se a data da sua fundação. Só se sabe que por volta de 1786, Manuel das Neves Ferro Velho veio do sul da antiga freguesia de Vagos fixar a sua residência na Gafanha e construir a sua casa sobre os alicerces (de pedra vermelha) da referida capela. Seria construída em 1643 quando a Barra ali se fixou? Deve ter sido a primeira capela da extensa região da Gafanha”.
Ao falarmos da Gafanha, salta-nos logo a curiosidade de saber donde veio o seu nome. Não é fácil dar uma resposta concreta, tanto mais que há, pelo menos, duas opiniões a esse respeito, dignas de serem aceites, embora muito diferentes no sentido e na origem. Há uns que defendem que o nome lhe vem do facto de, a Gafanha ter sido, em tempos remotos, local destinado á recolha, assistência ou cura dos "Gafentos"ou "Leprosos" , talvez por ser uma zona despovoada, onde abundavam extensos areais, zona isolada do mundo. No entanto, esta hipótese é contestada por outros, dado que etimologicamente, não há relação vocabolária entre Gafanha e Gafentos. Além disso, não existem documentos, nem a própria tradição nos assegura que tenha existido na Gafanha ou naquela região ribeirinha uma estância terapêutica. Por outro lado há os que defendem a opinião baseada na constituição do solo da Gafanha. De arenoso, por se encontrar perto do mar, passou a terreno de aluvião por influência da ria, onde abundava o junco, planta bastante utilizada na adubagem das terras de cultivo. Esta planta, antes do aparecimento das máquinas agrícolas, era cortada com a gadanha. Noutros tempos, quando fixada a data para o corte do junco, lá iam grupos de homens de Vagos, Vigia, Lombomeão e outras, de gadanha ao ombro, a caminho dos juncais da Gafanha, lançando o apelo tão característico das gentes daquele tempo, incumbidas daquela tarefa:"Vamos lá , vamos lá com Deus gadanhar o junco que fecundará os nossos campos".Este termo, "gadanhar",com o andar do tempo , tantas vezes repetido, terá vindo a dar a palavra "Gafanhar", de mais fácil pronúncia. "Vamos á Gafanha do junco", como diziam. E assim terá surgido a palavra "GAFANHA".
O povoamento da Gafanha parece remontar a 1677. Há documentos a este respeito que nos falam de um tal Manuel da Rocha Tanoeiro e também de um António Matias , homens de Vagos que cultivavam por aforamento, leiras de terra na Gafanha por essa altura. Este povoamento foi feito, quase exclusivamente, por gente de Vagos.
Toda a Gafanha, desde a Nazaré até ao Areão, Pertenceu a Vagos até 19 de Setembro de 1856, o que demonstra bem a influência que Vagos teve na fundação desta freguesia e das freguesias vizinhas.
Ainda hoje, a maior parte dos apelidos do povo da Gafanha são oriundos da região de Vagos. Se não, vejamos: Costas , Domingues da Graça (Calvão , Vigia e S.
Romão);Bechinas , Ritos,Covas e Juliões(Lombomeão);Caçoilos , Ferros,Merendeiros,Patos(Vagos); Frescos (Sanchequias);Estranjeiros(Parada de Cima e Fonte de Angeão).
Podia-se citar ainda mais apelidos...
É natural que Vagos influenciasse o povoamento da Gafanha, pois era a povoação antiga mais perto desta zona. Não vamos mais longe, a palavra Vagueira vem do adjectivo popular latino "Vacarius" que vingou ao lado do termo mais erudito "Vacuus" (Vazio)
A Barra
A Gafanha desmembrou-se de Vagos em 2 de Fevereiro de 1948. Foi aqui na Gafanha, que também se localizou a Barra. Pois, em 1200, achava-se na Torreira, trezentos anos mais tarde, estava nas imediações de S. Jacinto. Por volta de 1580, situava-se na Costa Nova. Em meados do século XVII, encontrava-se na Vagueira, em 1756, caminhou ainda mais para Sul, para perto do conselho de Mira. E finalmente, em 3 de Abril de 1808, foi aberta no local actual (Barra), por Luís Gomes de Carvalho.
Perto do local onde existiu a barra da Vagueira havia uma capela, num local chamado "Cabeço da Capela".
A Origem
A Boa-Hora nasceu, entre a mata e a ria, no dia 19 de Novembro de 1885, e ficou a pertencer à freguesia de S. Tiago de Vagos. Só em 1966 é que foi elevada a freguesia.
Senhora da Boa Hora
A Senhora da Boa Hora era e é a protectora das mães. Ainda hoje ,o povo da Gafanha mantém uma grande devoção á Senhora da Boa Hora ( cuja imagem percorreu e percorre também os caminhos dos Estados Unidos da América), a quem as mulheres recorrem para que tenham uma "BOA HORA". Quem está atento á evolução dos povos, facilmente verifica que, desde a Praia de Mira até á Gafanha da Nazaré , toda esta gente de orla marítima escolheu Nossa Senhora como padroeira.
IGREJA MATRIZ
Foi conhecida pelo nome de Vagueira, tendo sido criada a freguesia eclesiástica em 2 de Fevereiro de 1948.
Quando a Capela do Senhor dos Aflitos foi transferida do Arião para o Poço da Cruz, “o povo da Vagueira pensou desde logo na construção de uma capela sua, o que se efectuou em 1891”, conta o Pe. João Vieira Resende, na “Monografia da Gafanha”. E continua o autor, relatando os factos que estiveram na origem da escolha da Senhora da Boa Hora para invocação da capela: “Foi interessante a maneira como foi escolhido e dada preferência ao nome do orago do seu templo. Construído este, passavam-se os meses com opiniões, propostas e alvitres os mais contraditórios, sem que nada se decidisse sobre o nome do orago, pelo que não era aberto ao culto. José dos Santos Tendeiro, dali, tanto na Vagueira como na Costa Nova, em cujas campanhas trabalhava, repetia sempre a apóstrofe graciosa: “a capela está feita; o diabo é o Santo”.
A chalaça, irreverente e grosseira, nem sequer podia ter a atenuante de ser pronunciada, mais por um ignorante ou vil gracioso, do que por um malicioso e mau. No entanto a grosseria repetia-se, e foi ela que decidiu a questão. Fernando Vergas, rachador de lenha, da Gafanha da Nazaré, ou no exercício do seu ministério na Vagueira, ou na pesca na Costa, teve uma ideia luminosa, e em presença do gracioso resolveu a dificuldade. “A vossa padroeira, disse, será Nossa Senhora da Boa Hora, e as vossas mulheres terão uma boa protectora nas horas de aflição”. É escusado dizer que se referia às parturientes. E hoje a capela é dedicada àquela celeste padroeira”.
O Forte Velho foi levantado nas areias da orla, acima do paralelo da capela, para norte, sem atingir a linha da pequena barra da Vagueira. Não passava de um fortim de que resta o reparo de areia amontoada, já sem revestimento algum; simples polígono, distinguindo-se voltado ao mar a forma da escarpa e o desenho de pelo menos três das faces o que já não se adivinha na parte contrária.
O Pe. Vieira Resende faz também referência na obra citada, à capela da Barra da Vagueira. Diz ele:” Muito poucos têm conhecimento desta capela, que se diz ter sido construída pela entidade que ao tempo superintendia na Barra da Vagueira, para utilidade do respectivo pessoal e dos limitadíssimos moradores da Gafanha. A tradição está de harmonia com esta doutrina que é o caso da Senhora das Areias. Ignora-se a data da sua fundação. Só se sabe que por volta de 1786, Manuel das Neves Ferro Velho veio do sul da antiga freguesia de Vagos fixar a sua residência na Gafanha e construir a sua casa sobre os alicerces (de pedra vermelha) da referida capela. Seria construída em 1643 quando a Barra ali se fixou? Deve ter sido a primeira capela da extensa região da Gafanha”.
TOPÓNIMO
Ao falarmos da Gafanha , salta-nos logo a curiosidade de saber donde veio o seu nome. Não é fácil dar uma resposta concreta, tanto mais que há , pelo menos, duas opiniões a esse respeito, dignas de serem aceites, embora muito diferentes no sentido e na origem. Há uns que defendem que o nome lhe vem do facto de , a Gafanha ter sido, em tempos remotos , local destinado á recolha , assistência ou cura dos "Gafentos"ou "Leprosos" , talvez por ser uma zona despovoada, onde abundavam extensos areais, zona isolada do mundo. No entanto ,esta hipótese é contestada por outros , dado que etimológicamente, não há relação vocabolária entre Gafanha e Gafentos.Além disso, não existem documentos , nem a própria tradição nos assegura que tenha existido na Gafanha ou naquela região ribeirinha uma estância terapêutica. Por outro lado há os que defendem a opinião baseada na constituição do solo da Gafanha. De arenoso,por se encontrar perto do mar, passou a terreno de aluvião por influência da ria,onde abundava o junco, planta bastante utilizada na adubagem das terras de cultivo. Esta planta ,antes do aparecimento das máquinas agrícolas, era cortada com a gadanha.Noutros tempos , quando fixada a data para o corte do junco , lá iam grupos de homens de Vagos, Vigia , Lombomeão e outras , de gadanha ao ombro , a caminho dos juncais da Gafanha,lançando o apelo tão característico das gentes daquele tempo, incumbidas daquela tarefa:"Vamos lá , vamos lá com Deus gadanhar o junco que fecundará os nossos campos".Este termo, "gadanhar",com o andar do tempo, tantas vezes repetido,terá vindo a dar a palavra "Gafanhar", de mais fácil pronúncia.
"Vamos á Gafanha do junco", como diziam. E assim terá surgido a palavra "GAFANHA".
O povoamento da Gafanha parece remontar a 1677. Há documentos a este respeito que nos fálam de um tal Manuel da Rocha Tanoeiro e também de um António Matias , homens de Vagos que cultivavampor aforamento, leiras de terra na Gafanha por essa altura.Este povoamento foi feito , quase exclusivamente ,por gente de Vagos.
Toda a Gafanha , desde a Nazaré até ao Areão , Pertenceu a Vagos até 19 de Setembro de 1856, o que demonstra bem a influência que Vagos teve na fundação desta freguesia e das freguesias vizinhas.
Ainda hoje , a maior parte dos apelidos do povo da Gafanha são oriundos da região de Vagos. Se não , vejamos:Costas , Domingues da Graça (Calvão , Vigia e S. Romão);Bechinas , Ritos,Covas e Juliões(Lombomeão);Caçoilos , Ferros,Merendeiros,Patos(Vagos);Frescos (Sanchequias);Estranjeiros(Parada de Cima e Fonte de Angeão).
Podia-se citar ainda mais apelidos...
É natural que Vagos influênciasse o povoamento da Gafanha , pois era a povoação antiga mais perto desta zona. Não vamos mais longe, a palavra Vagueira vem do adjectivo popular latino "Vacarius" que vingou ao lado do termo mais erudito "Vacuus" (Vazio).